segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Aventuras da Vida Cotidiana: Ônibus

Pegar ônibus todo dia pode ser tanto uma diversão quanto uma tragédia.
Há dias em que a temperatura mediana, sair de casa na hora certa e assentos vazios tornam a viagem mais que agradável, com o seu iPobre tocando aquela musiquinha de videoclipe e o ventinho moderado encostando suavemente no rosto. Você se torna mesmo mais educado com os outros passageiros, o cobrador parece hoje encantadoramente bem-humorado e o motorista pára exatamente em frente a parada. Os velhinhos têm onde se sentar e o ar tem cheiro de ar. Observar as pessoas é agradável e o seu mundinho parece não ter problemas, assim como o ônibus.
Mas há dias de tortura.
Onde não bastando sair atrasado de casa, o ônibus passa enquanto você está no sinal, esperando para atravessar a rua. Ele pára na parada, e aquela pontinha de esperança: "vai dar tempo!". Começa-se a correr como se o fim do mundo viesse logo atrás, as pessoas chegam a torcer por você, e no que encosta o pé na parada, o motorista arranca. Aquele malvado, incompetente, que fez aquilo unicamente para prejudicar você! A partir desse momento, todo o "Universo Carris" passa a conspirar contra o seu dia. O próximo ônibus vem em sinal de "recolhe" e você passa 30 minutos a mais do que deveria esperando o maldito.

Coincidentemente, este é um dia ridiculamente quente, você esqueceu os óculos escuros, e está de preto. Enquanto você e outras 15 pessoas esperam na parada, outros 3 ônibus passam no sentido contrário. Quando já está pensando em ligar pra Carris, EPTC, Força Aérea ou o raio que o parta, o infeliz chega. Cheio. Entupido. E não é o que tem ar-condicionado.
Com dificuldade, passa pelos velhinhos amontoados no espaço anterior à roleta, entrega as duzentas mil moedinhas (bem no dia você não conseguia encontrar o seu cartão TRI) e se atira com dificuldade para o outro lado. Vai literalmente agarrado no pau com a mochila socada na cara do playboy que não quer levantar do banco vermelho para a velhinha de bengala sentar. Respira aquilo que é qualquer coisa menos ar puro e torce desesperadamente pra que alguém levante, enquanto você não precisa nem colocar os dois pés no chão para permanecer de pé. Ao chegar na parada final (sim, a sua é a ÚLTIMA), é expelido para fora da porta que não abre direito dando graças a Deus por ter chegado e já nem se importa de quase ser atropelado ao atravessar a rua.

Chega ao fim a primeira Aventura da Vida Cotidiana.

4 comentários:

Unknown disse...

desceeeeee! (a cachaça :p)

:D

Junges disse...

é por isso que chega um momento que as pessoas fazem carteira de motorista e vendem a alma pra conseguir o financiamento de um carro.

:/

K. Cid disse...

meldels
quando eu saí morto do meu compromisso de sábado, fui para a parada com 300(nãoofilme) homens suados. sério, tudo que eu queria era chegar em casa e ligar o maldito chuveiro e ajudar a destruir o planeta gastando água sem necessidade. passou um t1(e nesse ônibus o pietro foi embora).passou um segundo t1; um terceiro. até aí tudo bem, normalmente passam mais tês-1 do que o ônibus que eu precisava pegar. porém, minha paciência começou a se esgotar quando um quarto e um quinto t1 passaram. logo depois desses, um "recolhe". aí já tinham se passado uns 35 min (...) e nada do nosso ônibus. acho que o calor acabou me fazendo mal, porque o próximo ônibus estava sendo guiado por um papai noel(um t1, pra variar), um papai noel em seu trenó enfeitado. a moral é que nós ficamos na parada durante 40 minutos, vimos 7 tês-1, sendo um uma imitação de trenó. foi horrível, ju :'([conversa de msn, história verídica /\].
contribuição para o VOA (vítimas de ônibus anônimos)[que não voa, por sinal]

whatever disse...

haha, é triste :D