quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Nordestinos no Santander Cultural

Diiiicaaaaa, macacada!
Pra quem tá coçando nas férias, sem nada pra fazer, vale total uma ida ao Santander Cultural, lá no centro de Porto.
As exposições da vida e obra de Gilberto Freyre e das gravuras de Ariano Suassuna estão expostas lá no 1o e 2o andar, respectivamente.

A montagem da exposição do antropólogo G. F. (para os íntimos) está absolutamente genial e vale cada centímetro percorrido e cada frase lida em todos os cantos da exposição. Ótimo pra conhecer um pouco mais sobre o homem que "escreveu" o Brasil.

Gilberto Freyre (pose simpática, não?)

Já no segundo andar, uma exposição que eu esperava há tempos pra ver: gravuras e desenhos de Ariano Suassuna. O pintor e escritor muito pouco ortodoxo, conseguiu unir as duas artes de um jeito surpreendente e inovador, brincando com simbologias, folclore e safadezas em geral. Chocante para as vovós, amores. A montagem ainda conta com exibição em video de entrevistas com Suassuna e com uma extensa coleção de marcadores de gado. Scary, né?

Ariano Suassuna

Ambas ficam lá até dia 15/02. Então, amorecos, larguem o msn um pouquinho, peguem aquele busão pro centro e aproveitem para ver, além das exposições da tia, a Praça XV LIVRE de camelôs e o CPC ali do lado do mercado, a nova casa dos ambulantes. Tá bem arrumado, viu, gente? 8D

Um caloroso "até logo", e vou-me pra Santa Catarina caçar furacões!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Geladeira

Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove passos do sofá até a frente da geladeira.
Nove passos, não muito grandes nem muito pequenos.
Passos de pés calçados só com meias, derrapando levemente quando se sai do tapete.
Nove passos dados em torno de dez segundos. Um segundo a mais não sei bem por quê.
No sofá eu assistia uma reprise desses programas de desastres. Vídeos caseiros de gente sendo atropelada, explosões, tornados.
Na frente da geladeira eu refletia sobre o que deveria pegar ao abrir a porta.
Resolvo que água. Mas pra água eu precisaria de um copo.
Um, dois, três passos até a dispensa. Pego um copo desses de requeijão, com desenhos em volta.
Um, dois, três passos até a geladeira. Abro a porta, pego a jarra de plástico, me sirvo, coloco de volta, fecho a porta. Abro a porta de novo, olho por cima, me abaixo para ver o que tem nas gavetas. Fecho a porta.
Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez passos até o sofá. Um passo a mais, curioso. Devo ter encurtado algum deles. Na tela a imagem de uma garota gorda pendurada pelo pé em uma roda gigante. Interessante como gostamos de ver a desgraça alheia. Me sento no sofá, cruzo as pernas como se fosse fazer yoga.
Dou um gole enquanto acompanho o desespero da gorda.
Depois de um minuto ou dois, homens de vermelho saídos de uma caminhonete escrita "RESCUE" ao contrário começam a escalar a roda gigante. Levam a garota gorda sã e salva para o chão.
Nesse momento, uma doce verdade cai no meu colo. Sempre haverá alguém para nos salvar.